Dengue, uma nova epidemia

Redação do Diário

Notícia das últimas semanas é o recrudescimento de casos de dengue no Brasil. Doença que chegou a desaparecer com a extinção do mosquito Aedes aegypti em 1955, mas que retornou na década de 80. Os dados parciais apontam para 1,4 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil esse ano, quase o triplo do ano passado.

Explosão de casos e óbitos

O mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde registrou até o início desse mês 978 mortes, mas outras 98 estão em investigação, podendo superar o número de 986 pessoas que morreram de dengue no Brasil em 2015, o pior ano desde o retorno da doença. O número de mortes aumentou 400% em 2022 em relação ao total de 2021.

Novas regiões

Hoje encontramos casos de dengue em estados onde não havia a presença da doença. O RS que só foi apresentar o primeiro caso autóctone – adquirido na própria região onde se vive, não importado de outras regiões – em 2007. Até novembro desse ano, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde do RS, são mais de 66 mil casos confirmados, com 66 óbitos.

Santa Maria e região

É nítido o aumento de casos em várias regiões do Brasil e do Estado. Tivemos um aumento significativo no número de municípios infestados (91%), pelo mosquito Aedes aegypti, havendo confirmação de casos em todas as regiões comparado com os últimos anos. Em Santa Maria, passamos de 79 casos em 2021 para 189 casos confirmados esse ano. Na região noroeste, chegamos a ter mais de 3 mil casos confirmados.

Tríade de sintomas

Os casos confirmados no RS apresentaram como sintomas febre, dor muscular e dor de cabeça. Ocorrem em cerca de 80% das pessoas. Outros sinais possíveis estão náuseas, vômitos, dor nas costas, dor atrás dos olhos, artralgia e erupção cutânea.

Medidas de controle e colaboração da população

Desde 1988, com a transferência aos municípios das ações de vigilância epidemiológica e a falta de uma política coordenada de combate ao vetor (Aedes aegypti), perdemos a efetivação de muitas das ações de combate à dengue.

É fundamental, no entanto, que a população faça sua parte ao não deixar água parada e acumulando em suas residências e prédios de sua responsabilidade: o mosquito pode usar como criadouros grandes espaços, como caixas d’água, piscinas e pequenos objetos.

Anitta e a “doença do beijo”

Muitos leram o relato da cantora Anitta e a doença que a acometeu nos últimos dias. Trata-se da mononucleose infecciosa, doença causada pelo vírus Epstein-Barr, vírus que pertence ao mesmo grupo dos herpes ou herpesvírus humanos. É um dos mais comuns e presente em todo o mundo.A também chamada “doença do beijo” é transmitida pelo contato direto com a saliva de outra pessoa que tenha o vírus. Além do beijo, é possível ser exposto ao vírus por meio de tosse e espirro de pessoas infectadas, ou eventualmente pelo compartilhamento de copos e talheres.

Recuperação é a regra

Após aquisição, o vírus se prolifera por meio do sangue e pode, potencialmente, atingir fígado, baço, medula óssea, pulmões e gânglios linfáticos. Os sintomas mais comuns são dor de garganta, fadiga, inchaço dos gânglios, tosse e perda de apetite; destes, o mais desconfortável é a fadiga, um grande cansaço. A doença costuma durar de três ou quatro semanas com manifestação dos sintomas, e a plena recuperação é o mais comum. A infecção, porém, é assintomática e pouco expressiva na maioria das vezes, e, frequentemente, não é necessário o indivíduo ser hospitalizado.

Tratamento e associação com esclerose múltipla

Como em muitas doenças causadas por vírus, não há medicamentos específicos contra a mononucleose. O tratamento se resume em combater os sintomas com antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios, e bastante repouso. Os exercícios físicos estão proibidos, e o contato físico deve ser evitado durante a infecção.Recentemente um estudo apontou uma possível associação entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla, esta uma doença neurológica, crônica e autoimune, que pode provocar lesões cerebrais e medulares. Mas essa relação entre o vírus e a esclerose múltipla ainda não está clara e definitiva, dado que a grande maioria das pessoas infectadas pelo Epstein-Barr não desenvolve a doença.

Os textos publicados neste espaço não expressam a opinião do jornal

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